Há
muito que quero recomeçar a escrever. Sobre o quê? Concretamente, não sei bem,
um pouco sobre a riqueza dos acontecimentos do quotidiano, sobre os valores que
me marcam e, que não me condicionam, pelo contrário, me fazem livre, me fazem
ser optimista apesar dos pesares, o meu olhar de esperança continua.
A
rampa de lançamento, é o amor, sempre o amor… este amor que nos move, nos
entristece, que nos alegra quando tudo podia estar a correr mal, que nos comove,
que nos leva a fazer disparates aos olhos do mundo, e, a concluir afinal, que
valeu a pena.
No
sítio onde costumo almoçar, à hora de sempre, o mesmo Senhor pede, com o mesmo
entusiasmo, como fosse o primeiro dia que ali estivesse a entrar, sempre com a
mesma pressa, a do amor, 1 euro de bolinhos secos. “Daqueles menina” – diz
apontando., Como se ela não soubesse, esta é uma rotina de dias, semanas,
meses, de anos.
Num
tom de troça, também eu ontem pedi 1€, “como aquele Senhor”, acrescentei, pois
hoje também me sobeja um euro na carteira, foi então que descobri o euro de
amor.
O
euro de bolos secos que todos os dias são pedidos pelo mesmo Senhor, à mesma
hora, e com o entusiasmo da primeira vez, são para a sua mulher que está no Lar
e, que tem alzeimer.
Gelei,
e, simultaneamente as lágrimas queimaram de emoção, porque o amor emociona.
Então aquele euro apressado, não era por pobreza, nem pela mesquinhez de querer
sempre bolinhos secos do dia, como tantas vezes eu pensara.
Aquele
euro, é um euro de amor, de um amor de todos os dias, de quem sabe na pele o
significado de “Na saúde e na doença, até que a morte nos separe”.
Há
alguém que já não se lembra de quem é ou foi, mas contínua a ter um amor que
lhe leva todos os dias 1€ de bolinhos secos.
Adorei Maria! Continua! Beijinhos
ResponderEliminarObrigada por teres vindo e deixado comentário! mil beijinhos
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