sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Confiar!

Ingrata. - Diz-me a vida.

Como ainda não aprendeste? Como só agora essa luz do verbo confiar chegou a ti? (Acrescentou...)

Quantas lágrimas poupadas? Quantas noites mal dormidas? Quanta ansiedade e angústia? - Diz ainda.

Respondo:

Fizeram-me falta. Foram o caminho de cabras para chegar a ti verbo confiar.

Esta tendência minha de querer controlar os outros, os acontecimentos...corrói-me muito, cansa que nem uma noite mal dormida.

No fundo é o amor por nós que é o que mais importa. Se o perdemos somos que nem uma bússola que perde o norte - dizia-me esta semana o Sr. Faria.

 E é neste negócio de milhões entre mim e o meu amor (o próprio) o que devemos controlar.

No mais, a vida, o Deus, as energias, o destino encarrega-se de fazer chegar tudo na certeza do tempo, mesmo que se tenha de passar por vales tenebrosos, não temo porque confio.






segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Luz no dia-a-dia - A sua história

Não sei se sabem porque surgiu este blogue - por vezes tenho dúvidas se quem o lê percebe o sentido, isto recorda-me as aulas de filosofia do 12º ano - A Teoria da Interpretação de Paul Ricoeur.

Há talvez 10 anos atrás vivi enquanto estudante universitária na Residência dos Álamos onde conheci gente muito boa e muito diferente no sentido cultural, económico, religioso, político... Hoje são economistas, médicas, arquitectas, agrónomas, domésticas, veterinárias... criámos laços de amizade que ainda mantenho, foram cinco anos a topo!

A nossa directora era então a Teresa Ferro. Médica de profissão, uma pessoa incrível, original, com o coração maior que o seu sorriso e a quem o tempo era (e de certeza que ainda o é) o bem mais escasso e mais precioso - ela fazia-o render como o seu maior investimento, entre as 24 horas do dia e os mil afazeres que tinha. Quem partilhou isto comigo sabe que falo a verdade.
Disse-me muitas vezes: "O tempo é o melhor presente que podemos dar a alguém".

Nesses anos a topo houve momentos muito difíceis. De 2003 a 2008 foi complicado ser estudante, católica, filha, irmã, amiga....

Num desses dias difíceis, em que chegar a alfama (nome do meu quarto)sem ninguém me ver era o melhor que me podia acontecer, tinha na minha mesa de cabeceira um bloquinho amarelo e um post it que dizia: "Para que nunca te esqueças das alegrias de cada dia, existem todos os dias. Conta comigo!!! Um beijinho amigo, Teresa Ferro."

Há memórias oportunas que saem da gaveta do pensamento no tempo certo - assim nasceu luz no dia-a-dia. Acontecimentos, pessoas, ensinamentos ... de todos os dias que me guiam a regressar a casa - ou seja, - ao melhor de mim.




Gosto de ti

Fui teimosa em escrever este post. Achei que poderia ficar piroso ou lamechas.

No entanto, o mesmo acontecimento surgiu por três vezes com três homens luz na mesma semana.

Em diferentes contextos, um enquanto corrigia "digo isto porque gosto de si", outro enquanto se despedia "Maria gosto muito de ti", outro enquanto agradecia "Obrigada. Gosto muito de ti és uma verdadeira amiga."

Corrigir, despedir e agradecer.

Corrigimos os que amamos.

Despedimo-nos de quem amamos.

Agradecemos aos que amamos.

São através de pequenos gestos que demonstramos que alguém é importante na nossa vida.

Bem sei que palavras leva-as o vento. Ainda assim, quero guardar neste post a importância de exteriorizar o que nos vai no coração - um quanto um gosto de ti pode mudar o dia-a-dia de alguém, pôr um coração a dançar, iluminar.

O que nos prende para não o fazer? ....

A inexistência, o medo, a vergonha ou até mesmo achar que é piroso ou lamechas.



quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Tenho sorte nos amigos e azar no amor, será?

No domingo passado chegava a mais uma missa de domingo (porque Deus existe carago, ver post), desta feita no Carvalhal. No verão é às 19.30 e gostamos de aproveitar a praia até ao caroço.

Fui cumprimentar o meu querido amigo, o padre José Bravo.

Na casa de banho a Pilar no trono dos seus 8 anos (Pilar com tanta luz, ver post) comentava com a mãe, "A prima da Luz tem muita sorte com os amigos, tem tantos...até do Padre do Carvalhal ela é amiga e tem azar no amor ou se calhar é Jesus que não quer que tenha mais nenhuma desilusão!"...

Este post está a ser escrito depois de um almoço com uma amiga que gosto muito, a Cátia e com os seus pais.

Na brincadeira costumo dizer ao pai O. que posso fazer tudo o que o namorado dela não faz, como seja acompanhá-lo num tinto, num gin ou a comer marisco. (Calma Gonçalo! Só uma vez por mês...)

Foi um almoço descontraído, leve, cheio de projectos e sonhos que me motivaram a escrever este post.

A amizade é o melhor património que podemos ter.

Os amigos são pessoas que nos iluminam com a luz do seu carácter, da sua lealdade, da verdade.

A luz da amizade ilumina a nossa a vida e fá-la crescer. Assim a família dos nossos amigos é nossa também, os amigos dos nossos amigos são nossos também, as dores, os desafios e as tristezas dos nossos amigos são nossos também.

Tudo ganha um novo sentido.

Tenho bons amigos.

É por causa deles e com eles que continuo a acreditar no amor para lá da desilusão.


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Quando cortar o cabelo não foi só cortar o cabelo

Há já algum tempo que queria experimentar cortar o cabelo ali.

Mais concretamente há quase um ano. Acho que na altura queria cortar as lembranças de tudo o que tinha vivido com aquele corte.

Felizmente, o Bruno não podia, caso contrário ainda tinha saído em modus skinhead.

Um ano depois e, em paz comigo, voltei a Santa Cruz, terra que recomendo muito. Quer pela beleza natural, pelos bons restaurantes, o atendimento, o bom gosto e, claro, pelo cabeleireiro Bruno.

Foi no passado domingo (é verdade eles trabalham ao domingo!). Saída directa da praia, com a cabeça num croquete. Íamos as duas. Eu e o meu Pilar cheio de luz (ver post), ao corte de verão.

Sem pressas, ali também a praia não foge (ver post), o cabelo foi massajado, hidratado, seguindo-se do corte.

Num ai o cabeleireiro encheu-se de crianças porque embora ainda não tenha filhos, damo-nos bem e os filhos dos meus amigos são os sobrinhos que também ainda não tenho.

Entre a Rita e a Pilar que rodavam as cadeiras, a Clara que andava de vassoura e pá e a Maria que me observava sossegadamente, surgiu um diálogo muito engraçado entre mim e o cabeleireiro:

- E o seu marido onde está?
- Não tenho, respondi.
-Ah!(olhando para elas) Mas já teve...
- Não, nunca tive são filhas de amigos.
- Tem namorado?

(Cum caneco! Acho que dei graças a Deus por estar morena, senti a minha cara quente!)

Do outro lado o seu colega interrompeu-o e disse:

- Bruno, quem te ouve parece que estás a querer arranjar algum pretendente para a cliente. (leia-se em brasileiro)

- Já olhaste bem para ela? Nunca vai precisar disso!

Bem... escrever isto até poderá soar a presunção e, como diz o ditado presunção e água benta cada um toma a que quer.

Mas, ainda assim, sendo certo que o meu ego cresceu 3 cm, fiquei a pensar de quantas vezes nos olhamos pouco. De quantas vezes nos esquecemos do que valemos e do potencial que temos.

Seja no que for... Contamos muito com os outros e pouco connosco com tudo o que somos mais do que aquilo que temos.

Foi mais uma luz no dia-a-dia que encontrei qual pókemon no cabeleireiro!