quarta-feira, 30 de maio de 2018

Digital vs Real

Na segunda-feira ligaram-me do grupo impresa.

O jornal Expresso faz 45 anos  - e, estavam a oferecer uma campanha para adquirir o referido jornal em formato digital. Ouvi. (Oiço sempre com muita atenção a malta dos inquéritos - durante o meu inicio de vida completei a minha primeira fase de estágio com Recenseamento Agrícola, Censos, Inquéritos ao consumo por isso se há malta que respeito é com as dos inquéritos!!!)

Declinei. A minha colega interrogou-me - tinha dado 8 na avaliação e dizia comprar regularmente - no entanto, declinava esta oportunidade. Dei-lhe a ler que prefiro o formato papel mesmo que o formato A3 seja trabalhoso. Não expressou empatia à minha resistência online.

Hoje entrei na minha livraria preferida. Recebia-me com as flores campestres da imagem que perfumaram ainda mais aquele momento com o aroma forte de uma estória de verdade. (o mar preenche-me a sede de infinito mas é o campo que tem as minhas raízes livres).

Posso fotografar as flores? Sim. Levará a fotografia e o perfume continuará comigo.

Falámos de António Lobo Antunes e deixei A Mancha Humana do Philip Roth encomendado. (é o escritor preferido da minha escritora preferido e quero estar on)

Gosto sempre da forma como o J. me atende, na bondade do seu olhar azul infinito, no na calma da sua voz e na amabilidade e atenção que responde a todas as minhas inquietações literárias.

A propósito da minha encomenda, questionei se já tinha lido. Respondeu-me dentro da verdade real - É um livro inacabado. Nunca o vou acabar de ler. Era o livro que estava a ler quando a minha mulher morreu. Ela ia mais à frente. Íamos alternando a leitura.

Espero que a minha colega dos inquéritos leia este post e perceba que embora a era pertença ao digital prefiro a leitura real com encontros bonitos feitos de luz e sombra pertença de lugares como este feitos de pessoas de amor que sossegam qualquer dor.


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